29 setembro, 2008

Octreotida, Somatostatina, Somatropina: qual a estabilidade em seringas?

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Octreotida (SANDOSTATIN) é estável 60 dias em seringa plástica descartável estéril de polipropileno na concentração de 0,5 mg/mL na temperatura ambiente ou sob refrigeração.

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Somatostatina (STILAMIN) é estável 2 dias em seringa plástica descartável estéril de polipropileno na concentração de 0,12 mg/mL em soro fisiológico na temperatura ambiente ou sob refrigeração

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Somatropina (HUMATROPE) é estável 14 dias em seringa plástica descartável estéril de polipropileno na concentração de 1 mg/mL na temperatura ambiente e 28 dias sob refrigeração

Referência:
Souza GB. Estabilidade de medicamentos injetáveis. HP Editora. Rio de Janeiro:RJ; 2007

Sandostatin é a mesma coisa que somatostatina?

Não.

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Sandostatin é o nome comercial da OCTREOTIDA.

Somatostatina é o princípio ativo do Stilamin.

Somatropina é o princípio ativo do Humatrope (hormônio do crescimento).

Somatulina é o nome comercial da LANREOTIDA

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Octreotida é um derivado sintético da somatostatina, que atua como inibidor da liberação de hormônio do crescimento, glucagon e insulina.

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SANDOSTATIN = Octreotida

SOMATOSTATINA = Stilamin

SOMATROPINA = Humatrope

SOMATULINA = Lanreotida

Referência:
Souza GB. Estabilidade de medicamentos injetáveis. HP Editora. Rio de Janeiro:RJ; 2007

26 setembro, 2008

Uso inadequado de colírio

Estudo realizado pelo Instituto da Visão – UNIFESP com o objetivo de identificar as principais variáveis que interferem na instilação correta do colírio anti-glaucomatoso, objetivando intervir nestes fatores para que o paciente possa usufruir de um tratamento mais eficaz e menos dispendioso, concluiu que 60% dos pacientes que participaram da mostra instilam o colírio de forma inadequada devido a falta de orientação, ardor produzido pela droga (65%), além da falta de uma pessoa para colocar o colírio.

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A instilação inadequada de colírios, além do prejuízo na terapêutica anti-glaucomatosa, implica em elevado custo do tratamento, fator este que limita ainda mais a aderência do paciente ao tratamento, com conseqüente insucesso terapêutico. O simples fato de instilar duas gotas de colírio, ao invés da única recomendada pelo oftalmologista, duplica o preço do tratamento se agregar valor terapêutico. Uma avaliação do custo real do tratamento do glaucoma demonstrou que pacientes em tratamento clínico para o glaucoma gastam em média 11% da renda familiar mediana anual.

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O glaucoma é causado pelo aumento da pressão intra-ocular, geralmente devido a um bloqueio do fluído no interior do olho. Com o tempo, isso causa dano ao nervo óptico e, se não for devidamente tratado, leva à perda gradual e irreversível da visão. A doença, apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal causa de cegueira irreversível, atinge cerca de 65 milhões de pessoas em todo o mundo – cerca de 3 milhões só nos Estados Unidos. No Brasil, além de cerca de 1 milhão de glaucomatosos, existe um potencial enorme de portadores sem diagnóstico. Os fatores de risco são histórico familiar, pressão intra-ocular elevada, idade, diabetes, lesões oculares, descendência hispânica ou africana e uso prolongado de esteróides.

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O glaucoma é uma doença crônica que não tem cura, mas na maioria dos casos pode ser controlada com tratamento adequado e contínuo. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores são as chances de se evitar a perda da visão. O tratamento clínico inicial é feito com colírios que baixam a pressão intra-ocular. A terapia com laser é indicada quando o tratamento com o colírio não é capaz de conter os níveis elevados de pressão. O procedimento cirúrgico é a ultima opção de tratamento.

Referência: www.hospitalar.com

Preparo do álcool etílico nas concentrações de 45%, 50, 55, 60, 65, 70, 75, 80, 85 e 90%?

Geralmente este etanol vendido apresenta seu teor expresso em ° GL = Gay Lussac. Esta unidade significa percentagem volumétrica de álcool em relação à água presente na amostra.

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Isto então indica a presença em 100 mL de etanol 96°GL nós temos aproximadamente 96 mL de etanol puro e 4 mL de água. Isto é uma aproximação, uma vez que a mistura água e etanol não é ideal, ou seja, o volume final será sempre menor do que a soma dos volumes adicionados de água e etanol.

Então teremos:

96 x 0,7894 (densidade do etanol a 25°C) = 75,7824 g de etanol
e 4 x 0,9982 (densidade da água a 25°C) = 3,9928 g de água

Massa total em 100 mL = 79,7752 g

% etanol = 75,7824/3,9928 = 94,99% ou praticamente 95%. Então o álcool 96°GL equivale a um álcool 95% em massa. A partir deste dado, é só usarmos a fórmula das diluições:

C1V1 = CfVf

onde:

C1 = concentração do álcool a ser diluído
V1 = volume do álcool a ser diluído
Cf = concentração final
Vf = volume final.

Ex: Vamos preparar 200 mL de álcool 70%:

Vf = 200 mL
Cf = 70%
C1 = 95%
V1 = ?

C1V1 = CfVf

95 x V1 = 70 x 200

V1 = 147,4 mL

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Ou seja, na prática devemos usar 147,4 mL do álcool etílico hidratado e completar o volume até a marca de 200 mL com água destilada.

Álcool etílico 70%: preparo a partir do alcool absoluto e alcool hidratado

Álcool Etílico 96º GL.......................................................730 mL
Água Purificada USP q.s.p...............................................1000 mL

Estocado em frasco de vidro âmbar na concentração de 70%. Estabilidade de 180 dias na temperatura ambiente

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Álcool Etílico Absoluto.....................................................703 mL
Água Purificada USP q.s.p...............................................1000 mL

Adicionar veículo suficiente para completar o volume desejado de 1000 mL. Estocado em frasco de vidro âmbar na concentração de 70%. Estabilidade de 180 dias na temperatura ambiente

Referência:
Martins MA. Manual de Infecção Hospitalar. Epidemiologia, Prevenção e Controle, 2ª ed. Rio de Janeiro, RJ: MEDSI; 2001

Souza GB. Manipulação magistral de medicamentos em pediatria. Pharmabooks Editora. São Paulo:SP; 2003

24 setembro, 2008

Anticoagulante causa 4 mortes nos EUA

O laboratório Baxter Healthcare, um grande fabricante de heparina - anticoagulante muito usado em cirurgia e diálise -, suspendeu a produção do medicamento nos Estados Unidos depois que centenas de pacientes relataram graves reações alérgicas à droga. Pelo menos quatro pessoas morreram em decorrência do uso do medicamento, que utiliza o intestino de porco como matéria-prima.

Entre as reações estão dificuldade de respirar, náusea, vômito, sudorese e queda rápida da pressão, que em alguns casos provocou choques com risco de morte.

Reguladores federais dos EUA disseram que a escassez do medicamento é praticamente inevitável. Embora existam alternativas, médicos advertiram para conseqüências graves se a heparina se tornar realmente rara. `A falta de heparina provocaria uma crise de saúde neste país`, disse Daniel Coyne, professor de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis.

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Funcionários do setor de saúde detectaram problemas pela primeira vez no fim do ano passado, em quatro crianças submetidas a diálise em um hospital em Missouri. Minutos depois da injeção de heparina, as crianças tiveram reações alérgicas graves.

Ao investigar a droga, os funcionários encontraram 350 relatos de pacientes que tiveram problemas depois da injeção de doses altas de heparina fabricada pela Baxter Healthcare. A Baxter fornece cerca de metade da heparina utilizada nos EUA. A maioria dos casos foi relatada no final de dezembro e em janeiro; 40% das notificações das reações ao medicamento foram consideradas graves.

Uma porta-voz da Baxter, Erin Gardiner, disse que a companhia não modifica a fabricação da heparina há vários anos. Inicialmente, a empresa fez um recall de nove lotes do medicamento, mas os problemas continuaram. A Baxter suspendeu a fabricação de frascos de doses múltiplas, associados à maioria dos problemas. A produção de frascos de dose única, no entanto, continua.

John Jenkins, diretor de novas drogas do FDA, agência americana de controle de alimentos e medicamentos, afirmou que o órgão decidiu permitir que a companhia continue distribuindo os frascos de doses múltiplas já fabricados porque um recall total `resultaria em uma escassez imediata e grave desta droga necessária por razões médicas`.

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informa que acompanhará o monitoramento feito nos EUA e pode tomar alguma medida, como o recolhimento da heparina do mercado brasileiro caso isso se mostre necessário. O fato de um medicamento ser recolhido em outro país não implica necessariamente medida similar no Brasil.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Heparina: porque está faltando nos hospitais?

A heparina sódica é derivada de intestinos de suínos e é comercializada nos Estados Unidos desde os anos 1930. Milhões de pessoas são beneficiadas a cada ano pela administração endovenosa desse medicamento, evitando a formação de coágulos sanguíneos nas veias, artérias e pulmões que ameaça a vida desses pacientes.

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Em fevereiro de 2008, a Anvisa publicou na página eletrônica da Agência, por meio da Gerência de Farmacovigilância – GFARM, informações sobre a suspensão temporária, pela Baxter Healthcare Corporation, da fabricação de frascos multi-doses do medicamento anticoagulante, heparina injetável, devido a notificações de reações alérgicas graves e hipotensão em pacientes que receberam, de uma só vez, altas doses do medicamento nos Estados Unidos. Essas reações estão relacionadas à suspeita de contaminação por sulfato de condroitina.

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Após esse fato, diversas agências reguladoras e as empresas farmacêuticas iniciaram uma investigação, sendo verificado que existe uma possibilidade do referido problema ter afetado todos os tipos de heparina injetáveis, devido a questões relacionadas à matéria-prima. Tal situação motivou a revisão dos processos de produção e de controle de qualidade, o que vem trazendo dificuldades de oferta de produtos no mercado.

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Diante dessa situação a Anvisa recomenda a avaliação criteriosa na prescrição de heparina, visando minimizar o impacto da falta momentânea dessa substância no mercado.

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Para mais informações, a Anvisa sugere a consulta aos distribuidores para avaliar a disponibilidade dos produtos e o documento sobre uso racional de heparinas elaborado pela agência reguladora australiana, Therapeutic Goods Administration.

Fonte: Alerta Anvisa

22 setembro, 2008

Qual o volume máximo para a aplicação de injeção intramuscular?

O volume máximo de líquido é de 5 mL.

Caso haja um volume maior, deve ser aplicada em dois locais diferentes. Utilizar agulhas 30 x 7 ou 30 x 8 para evitar o risco de perda de medicamento por refluxo e formação de nódulos doloridos.

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A região dorsoglútea (nádega), contém músculos amplos e espessos, ótimos para aplicação de injeções em adultos e crianças maiores de 2 anos. Em crianças menores a região da coxa é considerada mais segura.

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A injeção na região deltoideana (Braço), de pequena massa muscular e com inúmeros nervos e vasos sanguineos, é mais dolorida e sujeita a complicações, devendo ser evitada sempre que possível. Evitar volume de líquido acima de 3 mL.


Texto preparado por: Silvia Moreira Taketsuma (formanda da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal Fluminense)

Referência:
Becton Dickinson. Manual de técnicas de aplicação. São Paulo:SP.

Qual o volume máximo para aplicação subcutânea?

O volume máximo recomendado é de 1,5 mL.

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Esta aplicação é feita no tecido subcutâneo, que fica entre a pele e o músculo, e é usada para aplicação de vacinas, insulinas, anticoagulantes e outros medicamentso que devam ser absorvidos lentamente.

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É um tipo de aplicação geralmente indolor, feito com seringas específicas e agulhas curtas, chamadas de agulha de insulina.

Texto preparado por: Sílvia Moreira Taketsuma (formanda da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal Fluminense)

Referência:
Becton Dickinson. Manual de Técnicas de Aplicação. São Paulo:SP;

21 setembro, 2008

Qual a fórmula da solução de Shohl modificada?

Citrato Tripotássico Monohidratado.......................................11 g
Citrato Trissódico Dihidratado................................................10 g
Ácido Cítrico........................................................................6,7 g
Água Purificada USP...........................................................93 mL

Esta solução contém por cada mililitro: 1 mEq de Potássio, 1 mEq de Sódio e 2 mEq de Bicarbonato. Estocado em frasco de vidro âmbar. Para uso oral. Esta solução é estável para 15 dias sob refrigeração

Bibliografia:
Solução de Citratos. Servicio de Farmacia. Hospital Son Dureta. España. Disponível em: http://www.elcomprimido.com. Acesso em: 23 de setembro de 2005

Souza GB. Manipulação magistral de medicamentos em pediatria. Pharmabooks Editora. São Paulo:SP; 2003

Qual a fórmula da solução de lugol fraco?

Iodo Metálico...............................................................0,05 g
Iodeto de Potassio..........................................................0,1 g
Água Purificada USP q.s.p..............................................250 mL

Estocado em frasco de vidro âmbar na concentração de 0,02% ou 0,52 mg/mL de iodo livre. Esta solução é estável para 180 dias na temperatura ambiente

Bibliografia:
Tejada AH. Guía para el Desarrollo de Servicios Farmacéuticos Hospitalarios: Formulaciones Magistrales. Organización Panamericana de La Salud (OPAS). Washington:DC. 1997

Solução de Lugol. Servicio de Farmacia. Hospital Son Dureta. España. Disponível em: http://www.elcomprimido.com.

Souza GB. Manipulação magistral de medicamentos em pediatria. Pharmabooks Editora. São Paulo:SP, 2003

Qual a fórmula da solução de Shohl?

Ácido Cítrico USP..............................................................140 g
Citrato de Sódio USP...........................................................90 g
Água Purificada USP q.s.p................................................1000 mL

Esta solução contém por cada mililitro: 1 mEq de Sódio e 1 mEq de Bicarbonato. Estocado em frasco de vidro âmbar. Para uso oral. Esta solução é estável para 30 dias sob refrigeração

Bibliografia:
Nahata MC, Hipple TF. Pediatric Drug Formulations. Cincinnati, OH: Harvey Whitney Books Company; 1990

Souza GB. Manipulação magistral de medicamentos em pediatria. Pharmabooks Editora. São Paulo:SP. 2003

Qual a fórmula da solução de lugol forte?

Iodo Metálico....................................................................5 g
Iodeto de Potassio...............................................................10 g
Água Purificada USP q.s.p..................................................100 mL

Cada 1 mL contém 130 mg de iodo total e 50 mg de iodo livre. Estocado em frasco de vidro âmbar na concentração de 50 mg/mL de iodo livre. Esta solução é estável para 60 dias na temperatura ambiente

Iodo Metálico..................................................................12,5 g
Iodeto de Potassio...............................................................25 g
Água Purificada USP q.s.p.................................................250 mL

Cada 1 mL contém 130 mg de iodo total e 50 mg de iodo livre. Estocado em frasco de vidro âmbar na concentração de 5% ou 50 mg/mL de iodo livre. Esta solução é estável para 180 dias na temperatura ambiente

Bibliografia:
Tejada AH. Guía para el Desarrollo de Servicios Farmacéuticos Hospitalarios: Formulaciones Magistrales. Organización Panamericana de La Salud (OPAS). Washington:DC. 1997

Solução de Lugol. Servicio de Farmacia. Hospital Son Dureta. España. Disponível em: http://www.elcomprimido.com.

Souza GB. Manipulação magistral de medicamentos em pediatria. Pharmabooks Editora. São paulo:SP, 2003