17 outubro, 2017

Interações entre medicamentos e nutrientes prescritos no CTI de um hospital universitário: relato de caso

Mariana Souza Rocha1, Rachel Nunes Ornellas1, Gilberto Barcelos Souza1, Amanda Castro Domingues da Silva2, Luiz Filgueira de Melo Neto1, Nayara Fernandes Paes1, Mauricio Lauro de Oliveira Júnior1, Luiz Stanislau Nunes Chini2, Bruna Figueiredo Martins2, Águeda Cabral de Souza Pereira1 & Márcia de Souza Antunes1.
1Hospital Universitário Antônio Pedro, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil; 2Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: farmacia@huap.uff.br

Introdução: A literatura relata a importância da utilização da Terapia Nutricional em pacientes hospitalizados, tanto para a redução do tempo de internação, quanto de complicações infecciosas1. Certos cuidados devem ser observados em pacientes que recebem Nutrição Enteral (NE) via sonda e quando medicamentos estão sendo administrados por essa via, que podem levar à obstrução da mesma ou a alterações na eficácia do tratamento, devido a interações Fármacos-Nutrientes. Neste contexto, o farmacêutico é responsável por alertar todas as situações relacionadas  ao medicamento, otimizando a terapêutica para a segurança do paciente. 

Objetivo: Identificar interações potenciais entre fármacos e nutrientes, em prescrições de pacientes internados em um Centro de Terapia Intensiva (CTI) de um hospital universitário, que estejam recebendo NE por via sonda. 

Material e Métodos: Estudo prospectivo e observacional em que prescrições de pacientes internados no CTI de um Hospital Universitário, durante 30 dias no mês de Abril 2017, a fim de identificar a presença de interações entre medicamentos e nutrientes. Projeto CAAE nº 44061615.9.0000.5243. 

Resultados: A partir da análise de 280 prescrições foram observadas as seguintes interações entre fármacos e nutrientes: Hidralazina 47% (n= 131), Levotiroxina 18% (n=50) e Lactulose 14% (n=39). A administração concomitante de Hidralazina com a NE leva a uma redução da absorção deste fármaco e, consequentemente, da sua concentração plasmática, podendo comprometer a sua eficácia. Enquanto que a Lactulose, em altas concentrações, pode levar a um quadro de diarreia, fazendo com que a nutrição não seja absorvida adequadamente. Em relação à Levotiroxina, a sua absorção é reduzida e ocorre o aumento da sua eliminação fecal.

Conclusão: O uso de Hidralazina e Lactulose (altas concentrações) concomitante à NE não é recomendado. Para a Levotiroxina é necessário realizar uma pausa na NE por uma hora antes, retornando duas horas após a administração do medicamento.

Palavras-chave: Terapia Nutricional; Interações; Nutrição Enteral.
                 
Referências:
1.TOLEDO, D; CASTRO, M. Terapia nutricional em UTI. Rio de Janeiro: Rúbio, 2015, 1 Ed.
2.BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria número 272 de 08/04/98. Aprova o regulamento técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para Terapia de Nutrição Parenteral.
3.RIBEIRO, P. C. et al. Manual para administração de medicamentos por acessos enterais. São Paulo: Editora Atheneu, 2014, 1 Ed.

Poster in: 9º Congresso Riopharma de Ciências Farmacêuticas. 21 a 22 de setembro de 2017. Rio de Janeiro. RJ. Brasil.